O dólar teve uma forte baixa nesta sexta-feira (3), fechando em R$ 5,07 na venda, seu menor valor em quase um mês.
Essa queda expressiva de 0,85% ocorreu após a divulgação dos dados fracos de emprego nos Estados Unidos em abril, que mostraram uma desaceleração maior que o esperado na criação de vagas de trabalho e um arrefecimento nos ganhos salariais anuais.
De acordo com o Departamento do Trabalho americano, a economia norte-americana abriu apenas 175.000 novas vagas fora do setor agrícola no mês passado, bem abaixo da previsão de 243.000 vagas feita pelos economistas consultados pela Reuters. As estimativas variavam de 150.000 a 280.000 novos empregos.
Os dados de março também foram revisados para cima, mostrando a abertura de 315.000 empregos, em vez dos 303.000 informados anteriormente. No entanto, esses números decepcionantes de abril ressuscitaram as esperanças de um afrouxamento monetário mais extenso pelo Federal Reserve (Fed).
Na esteira desses dados, os operadores elevaram suas apostas de que o Fed realizará seu primeiro corte na taxa de juros em setembro.
As probabilidades implícitas em contratos futuros de juros apontam agora para uma chance de cerca de 78% de um corte nos juros na reunião do banco central dos EUA em meados de setembro, acima dos 63% registrados antes do relatório.
Os operadores também estão precificando dois cortes de 25 pontos-base pelo Fed este ano, em comparação com um esperado antes da divulgação dos dados.
A queda do dólar frente ao real nesta sexta-feira teve impacto imediato no mercado brasileiro. No fechamento do pregão, o dólar à vista caiu 0,85%, indo a R$ 5,069 na compra e R$ 5,070 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caiu 0,86%, equivalente a 5.082 pontos.
Essa desvalorização da moeda americana é vista de forma positiva pelos investidores brasileiros, pois torna os ativos locais mais atrativos para investimentos estrangeiros. Além disso, pode favorecer as exportações brasileiras, tornando-as mais competitivas no mercado global.
No entanto, é importante ressaltar que a trajetória do dólar ainda é incerta e dependerá de vários fatores, como as decisões futuras do Fed sobre os juros, a evolução da inflação nos Estados Unidos e a situação econômica global.
Nesta semana, o Banco Central do Brasil se reunirá para definir a política monetária, em meio a expectativas de que a incerteza elevada possa levar a autarquia a desacelerar o ritmo de corte da taxa Selic.
Rafaela Vitoria, economista-chefe do banco Inter, escreveu que os dados de emprego dos EUA desta sexta-feira significam que um corte de 0,50 ponto percentual pelo BC "continua na mesa", embora as probabilidades implícitas em contratos futuros de juros calculem cerca de 80% de chance de redução de apenas 0,25 ponto.
Diante desse cenário, é crucial acompanhar de perto as decisões dos bancos centrais, tanto do Fed quanto do Banco Central do Brasil, pois elas terão impacto direto na valorização ou desvalorização do dólar frente ao real, afetando a economia brasileira como um todo.
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